quinta-feira, 19 de março de 2009

Harold Lloyd

Trecho de Safety Last, de Harold Llyod, um comediante muito famoso da década de 20.
Só para ficar um pouco mais tenso: ele não usava truques na hora de filmar, chegando inclusive a perder 3 dedos em uma filmagem.

Esta sequência sem trema porque ela caiu, foi homenageada na parte final de De Volta para o Futuro, de 1985 (lembraram dessa, geração 80?) dá um nervoso, o homem-mosca, homenageado em De Volta Para o Futuro.

Fábio Ochôa

quinta-feira, 12 de março de 2009

Criação Catarinense

Iniciativa interessante do pessoal aqui de Santa Catarina que já entrou pelo Cannes faz tempo (a maioria deles pelo menos).
Com a criação do site Criação Catarinense foi aberta uma espécie de fichário virtual pra novos e velhos profissionais da criação que atuam no estado, um lugar para que o pessoal publique alguns trabalhos da sua pasta, fique atualizado com as notícias da região referentes a propaganda e quem sabe descole aquela vaga pra assistente de estagiário por ai.
O interessante é que além de o site contar com pastas de profissionais respeitados na região ele conta com o apoio das agências também para crescer cada vez mais, Criação Catarinense tem alguns meses (mais que um e menos que três) e já conta com um conteúdo bem legal, vale a pena dar uma olhada.

See ya
"i am only a noise in the wires"

quarta-feira, 11 de março de 2009

Simplicidade é Tudo

As melhores idéias ou são completamente inusitadas, ou tremendamente simples e as idéias geniais são as que conseguem unir estas duas qualidades.

Este site de brinquedos de madeira http://take-g.com/crafts/big.html é um autêntico espetáculo em termos de design e engenhosidade. Tinha que ser no país mais bizarro do mundo, o Japão.









Fábio Ochôa

sexta-feira, 6 de março de 2009

Al Hirschfeld

Porque conhecer?










Por isso.
E mais 90 anos de atividade.

Fábio Ochôa

quinta-feira, 5 de março de 2009

Histórias de Cronópios e de Famas - Júlio Cortázar


Porque conhecer?

Porque é Júlio Cortazár, que ao lado do bom, velho e cego Borges é um dos papas da literatura argentina, com a vantagem extra de não ser tão chato e hermético quanto o outro.

Para os que gostam de idéias novas, desafiadoras e ritmo de escrita alucinado, o livro é perfeito, para quem tem preguiça de ler, o livro é perfeito, cada conto tem uma média de 2 ou 3 folhas e o livro todo tem pouco mais de 100 páginas, e para quem não lê nada com mais de três linhas, vários pontos de exclamação e muito miguxês, o livro é perfeito, pois ele pode dar vontade de desistir da publicidade e se atirar da primeira janela que encontrar. De preferência do quarto andar, onde as chances de sobrevivência são menores.
Ok, talvez ele até não dê vontade de fazer isso, mas a esperança é a última que morre.



Para fazer um test drive do livro, tem alguns contos disponíveis no endereço: http://www.geocities.com/soho/den/9103/texto5b.html leia e se gostar compre, porque quem gosta de pirataria não vai para o céu.

Fábio Ochôa

Pixies- Doolittle



Porque conhecer?

Boa pergunta. Na primeira audição não teve muito impacto, na segunda soou um pouco melhor... na terceira... a esquisitice das letras e o ritmo já haviam colado no ouvido e acabava cantarolando as músicas do álbum nos momentos de distração.

Surrealismo, referências ao Cão Andaluz, violência bíblica, letras estranhas e pesadas sobre coisas como “executivos japoneses cometendo suicídio em massa com suas famílias devido aos fracassos nos negócios, dentro de um barco no oceano” ( faixa Waves of Mutilation, é, eu sei, não faz lá muito sentido) que contrastam muito com sua sonoridade alegre estilo bandinha anos 60.

Eles nunca atingiram grande popularidade (ah, jura? porque será?), para o bem ou para o mal, inspiraram o Nirvana em coisas como Smell Like Teen Spirit (quem nunca foi grunge e/ou derivados, atire a primeira pedra) e provaram ser uma banda inclassificável que à lá Los Hermanos, é bem mais que apenas o hit radiofônico Here Comes Your Man.



Pela própria estranheza e proposta (se é que eles tem alguma) única, vale a pena conhecer. Se vai amar ou odiar, bem, aí é com você.

Fábio Ochôa

quarta-feira, 4 de março de 2009

Capitão América, de John Ney Rieber e John Cassaday

Porque conhecer?
Ok, é um blog de propaganda.
Ok, é um gibi, coisa que muita gente ainda torce o nariz (dada a qualidade da grande maioria deles, com razão) e ok, tem um personagem que para muitos é quase que o símbolo absoluto do imperialismo americano.
Então porque raios esta sugestão de leitura está aqui? Por ter uma coisa que falta em muitos profissionais da publicidade: defender um ponto de vista diferenciado quando todo o mercado caminha em outra direção.


(a propósito, caso não saiba ainda, clique na imagem para ver ampliada, pois o tamanho não está ajudando muito)

O contexto: esta nova série com o personagem foi lançada cerca de 5 ou 6 meses depois dos atentados de 11 de setembro, e em vez de uma história de revanchismo contra-terrorista à lá 24 Horas, o roteiro mostrava o personagem salvando descendentes árabes de linchamentos executados em solo americano, questionando se o próprio ódio inimigo, às vezes não é justificado e frisando uma mensagem bem clara: não existem nações inimigas, o que existe são indivíduos e não é justo um país inteiro responder por eles.
Creio que nem preciso dizer que apesar da sensatez, a série não agradou nada em um país ainda em luto e clamando por sangue.



O ponto alto de tensão entre a equipe criativa e o editor (traduzindo para publicitês: redator e diretor de arte versus atendimento) foi em um arco de história onde o Capitão América vagaria pelo mundo, olhando os estragos causados pela guerra e chegaria a Berlim, onde iria se lembrar de seus dias na Segunda Guerra e a devastação causada na cidade e na população pelos próprios aliados, mostrando que na guerra os dois lados sempre sofrem as consequências (sem trema porque ela caiu).
A história não foi sequer publicada e o roteirista foi “convidado” a se retirar do título (não, até onde eu sei ele não está preso em Guantánamo).



Porque ler? Mais do que pela história (que sinceramente nem é lá tão boa assim), pela integridade e ousadia de um comic book que clamava por paz e reflexão em um momento que toda a indústria de entretenimento, se não apoiava, se calava.
Um pequeno oásis de sanidade em 22 páginas, dentro de um tempo de loucura.



E se isso não for suficiente, bem, pelo menos para passear os olhos pelos belos desenhos de John Cassaday, então. Independente de sua posição política, isso sim é indiscutível.

Fábio Ochôa

terça-feira, 3 de março de 2009

Confissões de uma Mente Perigosa



Porque ver?

Ele se autodefinia assim: “Meu nome é Charles Hirsch Barris. Compus músicas pop e fui produtor de televisão. Sou responsável por poluir a televisão com entretenimento tolo e sem conteúdo.
Além disso eu assassinei 33 seres humanos.”



O fato é que Charles Barris baixou de maneira irreversível o nível da televisão nos anos 60, criando entre outras atrações, o Show de Calouros e o Namoro na TV, e se consolidou como o papa da baixaria. Nos anos de baixa audiência, Harris voltou aos holofotes com uma controversa biografia onde afirmava que seus programas eram apenas um disfarce para seu verdadeiro emprego: assassino pago pela CIA.

O fato é que verdade ou mentira, Charles Barris foi uma das personalidades mais interessantes e controversas que o cinema já retratou, e sua história é um elemento fundamental para entender o estado atual do show bussines e o que define o gosto médio.



O fato é que Confissões de uma Mente Perigosa é um filme com uma narrativa estilizada e instigante, com um uso bastante fora do comum da montagem e fotografia, e uma surpreendente estréia na direção de um astro pelo qual eu não dava uma pataca furada, George Clooney.

O fato é que Confissões de uma Mente Perigosa é o tipo de filme que não vai agradar a todos, e por isso mesmo, merece ser visto. Nem que seja para odiá-lo.

Fica aí o monólogo que encerra o filme:
“Sabe, recentemente tive uma idéia pra um novo game show. Se chama O Velho Jogo. Você tem três caras velhos com pistolas carregadas no palco. Eles olham para suas vidas, vêem o que eram, o que conquistaram, quão perto eles chegaram de alcançarem seus sonhos. O vencedor é aquele que não colocar uma bala na cabeça. Ele ganha uma geladeira.”
Dá o que pensar.

Fábio Ochôa

Falando em inutilidade...

Aproveitando que já advoguei aqui o valor da cultura inútil, vai a seguir algumas sugestões de programa, vale a pena conhecer a maioria delas, pois se isso não render nenhum anúncio, você sempre pode entreter seus amiguinhos em qualquer festinha cult.

Fábio Ochôa

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Propaganda Zulu

Quem nunca teve uma boa idéia barrada por ter uma imensa dose de humor negro? Propaganda tem necessariamente que ser politicamente correta? Devemos quando fazemos propaganda esconder os problemas e ressaltar a felicidade da vida, muito maior ainda se usarmos o produto anunciado, em "A propaganda é um cadáver que nos sorri" de Oliviero Toscani ele trata um pouco deste assunto, o mundo mágico da propaganda, e propõe uma ruptura com essa idéia, o fato é que usarmos fórmulas prontas pode até mesmo resolver um problema, matar aquele job do fim da tarde, mas nunca será algo realmente criativo e inovador, enquanto reprimirmos a inovação, a provocação e a implicância seguiremos extinguindo as imagens de pessoas felizes dos bancos de imagem por ai (abençoado aquele que pode produzir uma foto).
Nessa coluna quero apresentar a incrivelmente criativa e provocadora porém pouco conhecida propaganda das nações Zulu, marcadas sempre por seu altíssimo teor de humor negro e falta total de medo de errar (na África se tem mais medo de errar um passo em um campo minado do que um anúncio).



No bolo "Comemorando vinte anos desde que você disse que eu devia ter sido abortado"
Na camiseta "Meu 'tio' me estuprou quando eu tinha oito anos e tudo que eu tenho é essa camiseta engraçadinha(ps: ainda tentando achar uma tradução melhor pra Lousy)
Texto comum a todas as peças "Se ao menos fosse fácil assim superar o abuso infantil, para mais de dois milhões de australianos não é. Não podemos mudar seus passados. Nós podemos mudar seus futuros descubra mais em asca.org.au"
O que eu como estudioso da veia zulu de comunicação acho primoroso é dose cavalar de ironia com a qual esses criativos desenvolvem suas peças, e como elas chamam a atenção e nos marcam pelo imenso impacto que o incomum nos causa. Toda essa discussão merece um tópico, porque os criativos brasileiros babam com a ousadia dos criativos europeus, mas não assumem uma postura ousada também, qualquer dia em que eu estiver inspirado o bastante pra fazer polêmica eu posto.
See ya e em breve mais sobre propaganda Zulu

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Dicas do Front:

- Sendo sincero e honesto: propaganda qualquer um faz. Boa propaganda, só com criatividade, objetividade, conhecimento e doses cavalares de cultura inútil. Se você não tem algum desses itens, não se preocupe, você sempre pode virar quitandeiro, verdureiro ou mau publicitário.

- Cultura inútil: essencial, acredite em mim.
Você não faz um anúncio destes sem quilômetros de cultura inútil.





(uma dica: o texto do anúncio é "Se apenas duas cores podem revelar um filme, imagine o que 16 milhões podem fazer").

- Se informe sobre tudo, do último sucesso do funk carioca até os detalhes da queda da bolsa. Nenhum assunto é bobagem, nenhuma área de conhecimento é perda de tempo. Tudo pode ser aproveitado.
Se você descobrir como arranjar tempo para tudo isto, me ensine: kirbytech2@yahoo.com.br.

- Bons publicitários são antenados e seguem as tendências. Publicitários geniais criam as tendências que os outros vão seguir.
Pense nisso antes de copiar.

- Sangue frio. Sabe o início do filme O Resgate do Soldado Ryan? O dia-a-dia de uma agência é mais ou menos parecido, a única diferença é que em vez de balas tem pepinos e abacaxis.

- Arranjar um emprego melhor? Portfólio e network neles!
Conseguimos uma boa desculpa para você perder tempo em blogs e Orkut sem dor na consciência. Não somos legais?

- Você nunca vai saber o suficiente sobre sua profissão.
Mas isso não quer dizer que não tenha que tentar.

- Criação é 10% inspiração e 90% transpiração.
Trabalhe sempre de pulôver.

- Não importa quanto tempo você malhe, você nunca vai ganhar do atendimento em uma queda-de-braço.

- Chances de mostrar plena criatividade sem limitação de cliente e orçamento são raras, triste mas verdade. Quando aparecer uma pela frente, agarre com dois braços e duas pernas.

- Seja sempre o melhor, se não der, bem, tente ser, se não der, bem, finja ser.

Fábio Ochôa

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Avisamos: este blog não é para os fracos.


Se você é uma daquelas pessoas que tem medo de jobs ou de jabs, prazos mortais, clientes turrões, atendimentos esquivos, splashs que dizem “é só até hoje” e chamadas que começam com “Imperdível” é melhor ir parando por aqui.
Este blog é feito por e para gente que mata 30 leões por dia, sempre na esperança de que algum deles seja de Cannes.
Entrei pelo Cannes vai contar a verdade sobre o dia-a-dia (tem hífen? cadê meu redator) de quem trabalha enfurnado la na salinha do fundo, é aquela mesmo mais feinha de todas de uma agência de propaganda, isso aquela que o atendimento apresenta para os clientes como "o coração da agência" ou "é aqui que as coisas acontecem!" a sala da criação. Se você quando decidiu trabalhar com propaganda achava que ser publicitário era maneiro, descolado, divertido e que você ia sempre se dava bem, parabéns você também entrou pelo cannes!!! (com bastante exclamação que o cliente pediu pra chamar mais)