terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Propaganda Zulu

Quem nunca teve uma boa idéia barrada por ter uma imensa dose de humor negro? Propaganda tem necessariamente que ser politicamente correta? Devemos quando fazemos propaganda esconder os problemas e ressaltar a felicidade da vida, muito maior ainda se usarmos o produto anunciado, em "A propaganda é um cadáver que nos sorri" de Oliviero Toscani ele trata um pouco deste assunto, o mundo mágico da propaganda, e propõe uma ruptura com essa idéia, o fato é que usarmos fórmulas prontas pode até mesmo resolver um problema, matar aquele job do fim da tarde, mas nunca será algo realmente criativo e inovador, enquanto reprimirmos a inovação, a provocação e a implicância seguiremos extinguindo as imagens de pessoas felizes dos bancos de imagem por ai (abençoado aquele que pode produzir uma foto).
Nessa coluna quero apresentar a incrivelmente criativa e provocadora porém pouco conhecida propaganda das nações Zulu, marcadas sempre por seu altíssimo teor de humor negro e falta total de medo de errar (na África se tem mais medo de errar um passo em um campo minado do que um anúncio).



No bolo "Comemorando vinte anos desde que você disse que eu devia ter sido abortado"
Na camiseta "Meu 'tio' me estuprou quando eu tinha oito anos e tudo que eu tenho é essa camiseta engraçadinha(ps: ainda tentando achar uma tradução melhor pra Lousy)
Texto comum a todas as peças "Se ao menos fosse fácil assim superar o abuso infantil, para mais de dois milhões de australianos não é. Não podemos mudar seus passados. Nós podemos mudar seus futuros descubra mais em asca.org.au"
O que eu como estudioso da veia zulu de comunicação acho primoroso é dose cavalar de ironia com a qual esses criativos desenvolvem suas peças, e como elas chamam a atenção e nos marcam pelo imenso impacto que o incomum nos causa. Toda essa discussão merece um tópico, porque os criativos brasileiros babam com a ousadia dos criativos europeus, mas não assumem uma postura ousada também, qualquer dia em que eu estiver inspirado o bastante pra fazer polêmica eu posto.
See ya e em breve mais sobre propaganda Zulu

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Dicas do Front:

- Sendo sincero e honesto: propaganda qualquer um faz. Boa propaganda, só com criatividade, objetividade, conhecimento e doses cavalares de cultura inútil. Se você não tem algum desses itens, não se preocupe, você sempre pode virar quitandeiro, verdureiro ou mau publicitário.

- Cultura inútil: essencial, acredite em mim.
Você não faz um anúncio destes sem quilômetros de cultura inútil.





(uma dica: o texto do anúncio é "Se apenas duas cores podem revelar um filme, imagine o que 16 milhões podem fazer").

- Se informe sobre tudo, do último sucesso do funk carioca até os detalhes da queda da bolsa. Nenhum assunto é bobagem, nenhuma área de conhecimento é perda de tempo. Tudo pode ser aproveitado.
Se você descobrir como arranjar tempo para tudo isto, me ensine: kirbytech2@yahoo.com.br.

- Bons publicitários são antenados e seguem as tendências. Publicitários geniais criam as tendências que os outros vão seguir.
Pense nisso antes de copiar.

- Sangue frio. Sabe o início do filme O Resgate do Soldado Ryan? O dia-a-dia de uma agência é mais ou menos parecido, a única diferença é que em vez de balas tem pepinos e abacaxis.

- Arranjar um emprego melhor? Portfólio e network neles!
Conseguimos uma boa desculpa para você perder tempo em blogs e Orkut sem dor na consciência. Não somos legais?

- Você nunca vai saber o suficiente sobre sua profissão.
Mas isso não quer dizer que não tenha que tentar.

- Criação é 10% inspiração e 90% transpiração.
Trabalhe sempre de pulôver.

- Não importa quanto tempo você malhe, você nunca vai ganhar do atendimento em uma queda-de-braço.

- Chances de mostrar plena criatividade sem limitação de cliente e orçamento são raras, triste mas verdade. Quando aparecer uma pela frente, agarre com dois braços e duas pernas.

- Seja sempre o melhor, se não der, bem, tente ser, se não der, bem, finja ser.

Fábio Ochôa

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Avisamos: este blog não é para os fracos.


Se você é uma daquelas pessoas que tem medo de jobs ou de jabs, prazos mortais, clientes turrões, atendimentos esquivos, splashs que dizem “é só até hoje” e chamadas que começam com “Imperdível” é melhor ir parando por aqui.
Este blog é feito por e para gente que mata 30 leões por dia, sempre na esperança de que algum deles seja de Cannes.
Entrei pelo Cannes vai contar a verdade sobre o dia-a-dia (tem hífen? cadê meu redator) de quem trabalha enfurnado la na salinha do fundo, é aquela mesmo mais feinha de todas de uma agência de propaganda, isso aquela que o atendimento apresenta para os clientes como "o coração da agência" ou "é aqui que as coisas acontecem!" a sala da criação. Se você quando decidiu trabalhar com propaganda achava que ser publicitário era maneiro, descolado, divertido e que você ia sempre se dava bem, parabéns você também entrou pelo cannes!!! (com bastante exclamação que o cliente pediu pra chamar mais)